Onça-parda utiliza viaduto vegetado sobre rodovia no Rio de Janeiro
- Redes Rebia
- 30 abr
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Pela primeira vez, a estrutura inaugurada em 2020 é utilizada por um animal da espécie.

Uma onça-parda (Puma concolor) foi registrada pela primeira vez cruzando o viaduto vegetado construído sobre a BR-101, no município de Silva Jardim (RJ). A travessia do felino, considerado ameaçado de extinção no Estado, aconteceu no início do mês. A estrutura, primeiro no Brasil em uma rodovia federal, foi construída para reconectar fragmentos de Mata Atlântica e reduzir os atropelamentos de fauna silvestre na região.
O viaduto vegetado conecta duas unidades de conservação: a Reserva Biológica (Rebio) de Poço das Antas e o Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, uma reserva particular administrada pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD). A estrutura de concreto foi coberta com vegetação nativa para simular o ambiente natural, facilitando a circulação segura dos animais entre os fragmentos florestais separados pela rodovia. O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), também ameaçado de extinção, está entre as espécies que devem se beneficiar diretamente da nova estrutura.

O registro da onça-parda foi feito por câmeras trap posicionadas nas pontas do viaduto, além de pontos estratégicos em seu entorno. O monitoramento é realizado pela concessionária Arteris Fluminense, como parte do Programa de Monitoramento de Fauna da BR-101.
Animais de outras espécies já utilizam
Desde sua inauguração, no segundo semestre de 2020, o viaduto já permitiu a travessia segura de diversas espécies da fauna silvestre. Entre os animais registrados estão o cateto (Pecari tajacu), o mão-pelada (Procyon cancrivorus), o tapiti (Sylvilagus brasiliensis), o quati (Nasua nasua), a lontra (Lontra longicaudis), a irara (Eira barbara), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a vistosa ave tiê-sangue (Ramphocelus bresilius).
A vegetação do viaduto é considerada uma área em processo de restauração ambiental. Não são utilizados elementos artificiais para atrair os animais, o que permite análises comparativas com áreas de controle na região.
Embora ainda não haja dados específicos sobre a redução de atropelamentos no trecho do viaduto, os resultados de um conjunto de 37 passagens de fauna e 54 quilômetros de cercas instaladas desde 2015 ao longo do trecho fluminense da BR-101 são promissores: os atropelamentos caíram 77% nos 71 quilômetros que cortam três importantes unidades de conservação — a Área de Proteção Ambiental do Rio São João, a Rebio Poço das Antas e a Rebio União.
Por Fauna News.
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