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Cientistas apostam em lagartos para frear colapso ambiental por ação do homem em ilha africana

Mais de 80% da cobertura florestal original de Madagascar foi desmatada, e répteis podem auxiliar na dispersão de sementes


Um camaleão gigante malgaxe (Furcifer oustaleti) comendo um fruto da amendoeira de Madagascar - KyotoU / Ryobu Fukuyama
Um camaleão gigante malgaxe (Furcifer oustaleti) comendo um fruto da amendoeira de Madagascar - KyotoU / Ryobu Fukuyama

O isolamento de Madagascar após a separação da Índia há 88 milhões de anos levou ao surgimento de uma biodiversidade única. A fauna e a flora da ilha evoluíram de forma independente, criando espécies que não existem em nenhum outro lugar. O patrimônio natural da ilha, no entanto, enfrenta ameaças crescentes devido à degradação ambiental provocada por atividades humanas.


Um dos processos ecológicos fundamentais para a manutenção dessa biodiversidade é a dispersão de sementes feita por animais. Conhecido como endozoocoria, esse mecanismo ocorre quando frutos são ingeridos e suas sementes são expelidas em outro local. Embora aves e mamíferos sejam os dispersores mais estudados, pesquisadores da Universidade de Kyoto voltaram sua atenção para os lagartos, que têm sido negligenciados nesse papel.


A equipe concentrou o estudo em três espécies de lagartos que vivem na floresta tropical seca de Madagascar. São animais onívoros que também consomem frutas. As análises incluíram observações comportamentais, exames fecais e testes de germinação de sementes. O objetivo foi entender se esses répteis contribuem para a regeneração das florestas, assim como outros pássaros e mamíferos da ilha.


Os resultados indicaram que os lagartos se alimentam dos frutos de mais de 20 espécies de plantas e são capazes de expelir sementes em condições de germinação. As plantas ingeridas pelos répteis diferem das consumidas por lêmures, principais dispersores de Madagascar, o que sugere que os lagartos ocupam um nicho complementar e potencialmente relevante para o equilíbrio ecológico.


Com o avanço da destruição de habitats, algumas áreas de floresta já não conseguem sustentar grandes frugívoros como os lêmures, aponta o estudo. Os lagartos, por sua vez, continuam presentes nesses ambientes alterados, mesmo em condições adversas. Isso faz deles candidatos viáveis para auxiliar na regeneração de áreas degradadas, mantendo o ciclo de dispersão de sementes mesmo onde os outros animais não sobrevivem.


Os pesquisadores afirmam que ainda há lacunas sobre o papel ecológico dos lagartos, especialmente em relação às distâncias que percorrem entre a ingestão e a deposição das sementes. A equipe afirma que pretende aprofundar os estudos para avaliar como esses répteis podem ser inseridos em estratégias de conservação e restauração ambiental em Madagascar.


 
 
 

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