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Mais de mil indígenas Yanomami em estado grave foram resgatados nos últimos dias, diz secretário

Equipes do Ministério da Saúde atuam de forma emergencial na região para socorrer indígenas doentes. Garimpo é o principal causador da crise sanitária, afirma o governo federal.

Mais de mil indígenas em estado grave de saúde foram resgatados da Terra Indígena Yanomami nos últimos dias por equipes do Ministério da Saúde que atuam de forma emergencial em comunidades dentro da reserva. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (23) pelo secretário de Saúde Indígena (Sesai) do ministério, Weibe Tapeba, durante coletiva de imprensa em Boa Vista.


As equipes estão na reserva desde o dia 16 de janeiro para atuar frente à desassistência sanitária no território. Os indígenas sofrem, principalmente, com malária e com desnutrição grave, afirma Tapeba.


"Nós acreditamos que mais de mil indígenas foram resgatados nesses últimos dias do território para não morrer", afirmou. Em uma semana, o único hospital infantil do estado recebeu 29 crianças Yanomami doentes.


Os indígenas são resgatados das comunidades onde vivem e levados ao posto de Surucucu – uma unidade considerada de referência na região, mas que se resume a um barracão de madeira de chão batido e com estrutura precária. De lá, os quadros gravíssimos são encaminhados para Boa Vista.


O Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (Condisi-YY) disse que, só no domingo (22), foram resgatados 26 crianças e dois adultos durante a missão. O trabalho tem o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).


O número de indígenas resgatados muda conforme os dias e, provavelmente, deve aumentar, já que há regiões do território que ainda não receberam os agentes de saúde.


O secretário Weibe Tapeba voltou a falar que os indígenas vivem em "situação de guerra".


"É uma operação que envolve uma complexidade muito grande, uma estrutura, uma logística, e nós precisamos cobrir todo o território, principalmente aquelas comunidades que estão muitas vezes reféns das ações dos garimpeiros", disse o secretário.


Na coletiva, Tapeba também falou em realizar uma auditoria interna para investigar os contratos de medicamentos e de realização de voos feitos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), responsável pelo atendimento direto aos indígenas.


"Pretendemos implantar aqui uma auditoria interna pra acompanhar essas questões dos contratos. É um absurdo a gente pensar nessa possibilidade, de desvio de recursos para medicamentos, por exemplo. Estamos acompanhando um cenário bem complicado também no contrato de horas-voos, que é o principal aqui do Distrito. A gente não pode pensar desse serviço ser paralisado", destacou.



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